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Blogaridades

À Bolina Pela Vida... Irónico contra os ventos surumbáticos, sério contra os ventos irresponsáveis, iconoclástico contra os ventos dogmáticos, e politicamente incorrecto sejam quais forem os ventos...

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É NORMAL QUE 7 MORTES SEJAM NORMAIS?

por bolinando, em 30.12.16

 

O Ministro da Saúde considerou hoje como normal que, dos 48 internados nos cuidados intensivos este ano com diagnóstico de gripe, 7 tenham falecido.

Não sou médico e por isso não sei se estatisticamente será "normal" que um em cada sete doentes com gripe internados nos cuidados intensivos acabem por falecer.

Mas, mesmo que o seja, parece-me incorrecto admitir essa "normalidade". Desde logo por respeito às famílias daqueles que entraram para as estatísticas pelos piores motivos.

Mas também porque acho que um responsável político nunca pode "dar-se por satisfeito", ou considerar como normais as mortes registadas nos serviços que tutela, mesmo quando esses serviços são os "mais próximos" da morte, ou mesmo a última barreira antes da morte, como é o caso dos serviços de saúde, nomeadamente das unidades de cuidados intensivos do hospitais.

Para um responsável, qualquer morte deveria ser considerada "uma morte a mais", um excesso que deveríamos combater.

E "a normalidade" nem é necessária para enaltecer o profissionalismo e a entrega dos profissionais de saúde. No caso vertente eles são merecedores desses elogios, independentemente do número de mortes registadas.

Tenho uma boa impressão do Ministro da Saúde e por isso acho que se tratou essencialmente de "um problema de comunicação". Mas, enquanto cidadão, gostaria que este tipo de considerações fossem, no futuro, evitadas.

 

OS HERÓIS DA MINHA INFÂNCIA - O TIGRE DA MALÁSIA

por bolinando, em 30.12.16

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Outro herói que povoou os sonhos da minha infância foi Sandokan, o Tigre da Malásia, a personagem criada pelo italiano Emilio Salgari.

Se o major Alvega quase me decidiu a ir para a Força Aérea, já Sandokan me convenceu em definitivo a ir para a Marinha, inspirado nas aventuras marítimas no Oceano Indico e com os desembarques nas selvas repletas de perigos, com tigres, serpentes e sikhs, tudo ao molho (Na altura nem imaginava que isso era missão para fuzileiros, e quando o fui, o Sandokan já não era bem o meu ídolo, apesar de no curso de oficiais fuzileiros ter tido um cabo instrutor apelidado de Sandokan, mas que acho que não era o mesmo, pois era alentejano e não de Mompracém).

As aventuras de Sandokan propriamente ditas julgo que não compreendiam mais que 11 volumes mas li tantos que julgo que os deva ter lido por mais de 3 ou 4 vezes, sobretudo naquelas saudáveis e saudosas férias grandes que duravam de 9 de Junho a 6 de Outubro. E enquanto Alvega arrasava com alemães, já Sandokan tinha como principais inimigos os imperialistas ingleses e a sua odiosa Companhia das Índias. 

Penso até que, tal como Alvega ajudou a moldar a minha consciência anti-fascista, Sandokan ajudo-me a não gostar dos imperialismos, sobretudo quando em conflito com os meus heróis.

Claro que a  minha adesão ao Sandokan também foi muito impulsionada pelo facto de ele ter um amigo inseparável, alegadamente português. E digo alegadamente porque Emilio Salgari nem se deu ao trabalho de baptizar com um  nome português esse "parceiro" do Tigre da Malásia. Chamou-lhe, vejam lá, Yanez de Gomera! Como se algum português se chamasse assim. Mas até isso lhe desculpei, de tal forma estava embevecido com as aventuras exóticas do herói principal e do seu companheiro, putativamente meu compatriota. 

E claro, havia a Marianne, por quem Sandokan  estava apaixonado. E que ainda por cima era orfã. Acho que isso contribuiu muito para que a minha primeira namorada, por volta dos meus 7 ou 8 anos, se chamasse Mariana. Percebo hoje que não era por ela que eu estava "apaixonado", mas sim pelos livros do Sandokan.

Tal como com Alvega, eu estava firmemente convencido da imortalidade de Sandokan. E tal como com Alvega, essa convicção ficou comprovada por também ele ter sobrevivido a uma série televisiva em que o herói de Salgari foi muito maltratado, pelo menos aos meus olhos. 

E, cá para nós, acho que foi em Sandokan que Mao Tse-Tung se inspirou quando postulou que "os imperialistas são tigres de papel!" O ganda manganão também lia o Tigre da Malásia!

 

 

OS HERÓIS DA MINHA INFÂNCIA - O MAJOR JAIME EDUARDO

por bolinando, em 28.12.16

 

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Numa altura em que os ídolos e heróis da minha infância e juventude vão desaparecendo num "movimento uniformemente acelerado" acho que o melhor é recordar aqui alguns deles, não apenas os de carne e osso, mas também os de fantasia.

E no pelotão da frente surge uma das personagens principais dos livros da colecção Falcão, o major piloto-aviador Alvega. Aliás, Jaime Eduardo de Cook e Alvega, um luso-britânico de raízes ribatejanas e que talvez por essas raízes "toureava" os malvados e desumanos pilotos da Luftwafe nazi e por vezes até os japoneses, que transformava em Zeros à esquerda.

Este herói a cujas façanhas os Aliados devem seguramente a vitória na guerra quase fez com que desistisse de ir para a Marinha quando fosse crescido e equacionasse a hipótese de entrar para a Força Aérea, ideia que abandonei quando percebi que a nossa FAP não tinha os Spitfires, nem os Hurricanes de que Alvega fazia as suas "pistolas".

A verdade é que esta personagem ajudou a que eu criasse desde muito novo um sentimento de repúdio pelos alemães e pelos nazis, que na altura julgava serem sinónimos (hoje ainda por vezes tenho dúvidas sobre isso, com muito mais frequência do que gostaria).

Também os fascistas italianos eram "arrasados" pelo nosso major e até me lembro de um episódio em que o seu avião foi abatido sobre o Mediterrâneo e Alvega conseguiu nadar até à costa espanhola e daí alcançou França e a liberdade, iludindo a Guardia Civil franquista que ridicularizou.

Hoje, ao pensar nisso julgo que a Comissão de Censura não devia ler os livros de quadradinhos por os considerar literatura menor e apenas destinada a crianças, esses "seres sem maldade", devidamente enquadrados e formatados pela Mocidade Portuguesa. Enganaram-se!

O episódio em que o major Alvega morre, marcou para mim o corte com estes quadradinhos. Quem matava os meus heróis era como se me matasse a mim.

Mais tarde percebi que o major Alvega era verdadeirameente imortal pois não só resistiu a essa morte como também resistiu à segunda morte que consistiu na adaptação televisiva da sua personagem.

Tally Ho major!

O PALUDISMO MATA!

por bolinando, em 28.12.16

 

 

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O recente falecimento de um jovem tripulante da TAP, vítima de paludismo cerebral vem, por um lado, fazer despertar as nossas consciências para uma doença que, felizmente para nós, foi há vários anos erradicada do nosso país (a última zona onde subsistiu foi nos arrozais de Alcácer do Sal) mas que continua a fazer parte do quotidiano trágico de milhões e milhões de pessoas, sobretudo em África e na Ásia. 

Não vou expor aqui o que julgo serem as responsabilidades da entidade empregadora, neste caso a TAP, por uma incorrecta ou pelo menos insuficiente avaliação de riscos e pela escassez de medidas preventivas. Sobre isso pronunciei-me num grupo (Segurança e Saúde no Trabalho) do Facebook.

Mas deixei para aqui as preocupações já não com a dimensão ocupacional do problema mas sim com as suas repercussões no comum dos cidadãos, nomeadamente na vertente do lazer.

Viajar tornou-se hoje uma actividade muito mais comum do que o foi para os nossos pais e avós. E cada vez mais escolhemos destinos "exóticos" fora do nosso Velho Continente, muitos dos quais em zonas onde a malária longe de estar extinta antes apresenta um carácter endémico.

E muitos de nós limita-se a fazer uma consulta do viajante e quando muito a fazer a profilaxia recomendada (muitas vezes sem respeito de quantidades e prazos, o que frequentemente anula os seus efeitos). Ora isso é insuficiente, sendo necessário tomar outras medidas preventivas, como o uso de repelentes cutâneos, repelentes de queima ou spray, insecticídas nos alojamentos quando estamos ausentes, roupas adequadas (deixando a menor quantidade de pele exposta), sobretudo à hora de maior actividade do mosquito portador do parasita e evitando as zonas de águas paradas.

Mas isso por vezes não chega e lá somos picados e contaminados. 

Mas não o sabemos desde logo. Os sintomas da doença apenas começam a manifestar-se entre 10 dias a 3 semanas após a picada que nos infectou. Nesse espaço de tempo os parasitas alojaram-se no fígado, onde "amadureceram" e se desenvolveram antes de serem de novo lançados na circulação sanguínea onde irão infectar os glóbulos vermelhos. E só então começamos a sentir os sintomas.

Ora acontece que esses sintomas podem ser muito semelhantes a uma gripe ou a uma das frequentes "viroses" que nos vão afectando. Acresce que, devido ao longo tempo de incubação, muitas vezes não associamos os sintomas àquela viagem maravilhosa de onde regressámos há quase um mês. E os nossos médicos de família não sabem por onde andámos e nem lhes passa pela cabeça pedirem uma análise à malária, por ela estar erradicada no nosso país.

Compete-nos, a nós, informar o médico no caso de termos efectuado uma viagem para um desses destinos no último ano (apesar de raros há casos registados em que os sintomas só se manifestaram meses após a infecção). E sobretudo não desvalorizar a doença. Na maior parte dos casos as consequência, como os sintomas, não ultrapassam os da vulgar gripe. Mas casos há em que se podem desenvolver meningites e até encefalites (paludismo cerebral), frequentemente mortais.

E eu não estou a falar de cor. sei o que é o paludismo porque contraí-o na Guiné e experimentei os seus sintomas e consequências. E tive uma segunda crise semanas após regressar de outra viagem a África e precisei de insistir com o médico do hospital para que me fosse feita a análise que comprovou ser um caso de paludismo.

E deixemo-nos de olhar para a malária como uma doença que dizima aos milhares as populações subnutridas de países pobres. Não. A malária mata sem distinção de idade, cor da pele e estatuto social. Se o nosso egoísmo não nos permitir outra atitude então pelo menos empenhemo-nos na erradicação da malária, pela nossa saúde!

ISTO FOI UM ANO OU UMA RUBRICA NECROLÓGICA?

por bolinando, em 27.12.16

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Isto começa a tornar-se quase uma questão pessoal. As minhas referências de infância e juventude estão todas a "reformar-se" desta vida, enquanto o governo vai atrasando cada vez mais a minha reforma! Agora foi a princesa Leia que decidiu partir para uma galáxia muito, muito distante. Usou a Força e partiu. E eu fiquei com ar de Chewbbaca resignado! Obrigado Carrie Fisher pelas muitas horas de prazer cinéfilo que nos proporcionaste.

RONALDO - O MELHOR TREINADOR DO MUNDO!

por bolinando, em 27.12.16

 

Cristiano Ronaldo acaba de merecer mais um título, apesar de não o ir receber. É que a IFFHS acaba de atribuir a Fernando Santos o título de melhor seleccionador do mundo. 

Ora o vídeo junto relembra, para quem já tivesse esquecido, quem esteve por detrás (literalmente) de Fernando Santos, o qual se revelou um adjunto à altura de Ronaldo.

Por isso o título vai para Cristiano. Apesar de não o poder receber já que não estava inscrito como treinador-jogador.

Agora num registo sério, Fernando Santos claro que merece este título, mas sem dúvida que ele terá de ser repartido com a excelente equipa de profissionais que treinou, com Cristiano à cabeça.

 

ENERGIAS LIMPAS... OU NEM TANTO

por bolinando, em 26.12.16

The Alto Minho windfarm.

https://www.theguardian.com/news/2016/dec/26/this-is-possible-we-did-it-the-week-portugal-ran-on-renewables

 

Foi hoje publicado no "The Guardian" um artigo, cujo link aqui deixo, onde se refere que em Maio o nosso país funcionou, em termos energéticos, exclusivamente a energias renováveis durante 4 dias inteiros, e sem problemas.

Ora aqui está uma boa notícia, pensei eu, tal como a maioria dos leitores. Mas depois continuei a ler o artigo e a satisfação começou a dar lugar à preocupação.

É que fiquei a saber que isso foi conseguido em grande parte através da energia eólica obtida através de turbinas eólicas.

Aliás é mesmo referido que, aquando da sua inauguração, há cerca de oito anos, no Alto Minho, o nosso país passou a deter o maior complexo onshore de turbinas eólicas.

Isso veio reforçar a minha convicção de que as turbinas eólicas estão a proliferar como cogumelos no nosso país, de forma anárquica e sem qualquer legislação que estabeleça uma distância mínima de protecção em relação a habitações.

E porque deveria existir essa protecção?, perguntarão alguns. Pois se as turbinas nem ruído produzem...

Ora isso não é verdade. Em termos muito "laicos" diria que o ruído é vibração e que o nosso ouvido apenas capta uma frequência restrita dessas vibrações. Abaixo e acima dessa gama de frequências não "ouvimos" essas vibrações, mas elas estão lá, atingem-nos e afectam-nos.

E se medirmos o ruído produzido por essas turbinas nas frequências não audíveis, verificamos que ele está lá, e de que maneira!

Não é por acaso que os animais que utilizam a ecolocação, como por exemplo os morcegos, são dos primeiros a debandar das zonas onde são instaladas essas "wind farms". E que os cães são dos primeiros a denotar alterações comportamentais.

E nos últimos anos a investigação científica, nomeadamente a iniciada pelo Dr. Nuno Castelo Branco e prosseguida pela luso-americana Mariana Alves Pereira, aponta para consequências muito graves da exposição prolongada a essas vibrações, levando mesmo à caracterização de uma nova doença, a doença vibroacústica.

Essa investigação, que em Portugal é dificultada, silenciada e escondida, está por exemplo a causar grande preocupação noutros países como a Austrália, a Nova Zelândia, ou a Holanda. Noutros países, como por exemplo em França, a medicina estipula uma distância mínima de protecção em relação às habitações.

Em Portugal tudo isto continua a ser ignorado... ou escondido.

Daí as minhas preocupações. É que não pode haver energias limpas com procedimentos sujos.

Prometo voltar a este tema daqui a algum tempo. 

 

TOLERÂNCIA DE PONTO vs INTOLERÂNCIA DE PONTA

por bolinando, em 26.12.16

A decisão do governo de conceder tolerância de ponto nesta segunda-feira, dia 26 de Dezembro, levantou de imediato um coro de protestos por parte das habituais figuras e figurões da caranguejola.

Em primeiro lugar há que esclarecer que esta prática é comum em muitos países da Europa, da mesma Europa que não hesitam em apontar como exemplo... mas só quando lhes dá jeito. Por exemplo aqui ao lado, em Espanha, quando um feriado calha num fim-de-semana, passa a ser gozado na segunda-feira seguinte. E nem o conservador Rajoy alguma vez se atreveu a pôr isto em causa. E em Portugal foi preciso chegar o gauleiter ultraliberal Coelho y sus monos adiestraos para desatar a cortar tolerâncias de ponto, eliminar feriados e mais trinta por uma linha. Os resultados práticos dessas medidas nunca se deram ao trabalho de revelar, talvez com medo da exposição ao ridículo.

De definitivo apenas ficámos a saber que assim como há quem desenvolva intolerância ao glúten, tinha-nos calhado na rifa um primeiro-ministro (hoje lider da oposição... ou nem por isso) que desenvolveu intolerância aos funcionários públicos.

Felizmente o actual governo decidiu revogar a eliminação de feriados e conceder algumas tolerâncias de ponto. Em boa hora o fez, e por várias razões.

Vejamos, em primeiro lugar, em que é que esta tolerância de ponto na realidade afecta e quem dela goza, no universo da função pública.

Comecemos pelas escolas, as quais vivem um momento de interrupção lectiva e onde esta tolerância não vai afectar, senão residualmente os cidadãos. Também na saúde todas as urgências vão funcionar como funcionariam em pleno num fim-de-semana e apenas as eventuais consultas e cirurgias não de urgência marcadas para hoje seriam afectadas. Mas será que seriam em número significativo? As informações que tenho dizem-me que não. Quanto aos tribunais, estão, desde dia 22 em férias judiciais, com tudo o que isso implica. Nas Forças Armadas os quartéis não fecham e mantém os graus de prontidão definidos superiormente, com o mesmo pessoal de serviço e apenas menos pessoal a asilar e a comer. As forças de segurança, sobretudo as que têm competências na regulação do trânsito mantém em serviço mais pessoal que o habitual, em função das habituais operações de Natal e Ano Novo. O SEF não vai desguarnecer nenhum posto fronteiriço, os Sapadores Bombeiros manterão o pessoal de serviço necessário... e por aí adiante.

Apenas nalguns serviços de atendimento público se irá fazer sentir esta tolerância de ponto, em virtude de se encontrarem encerrados. Mas será que haveria muita procura por parte de utentes num dia como hoje? Não acredito

E se não houvesse tolerância de ponto qual seria a produtividade média num dia como o de hoje, com previsível pouca procura e inevitável escassa motivação dos funcionários? Muito pouca, presumo.

A não ter sido concedida tolerância de ponto teríamos hoje grandes taxas de absentismo e, realidade que os defensores das medidas do anterior governo teimam em não ver, indices de presentismo avassaladores.

Aliás, o governo, ao mesmo tempo que teve um gesto simpático e indutor de motivação para com os funcionários públicos, se calhar ainda poupa "alguns tostões", se tivermos em atenção o que não vai pagar em subsídios de refeição, em electricidade, água, gás e comunicações nos serviços que hoje estão encerrados.

A "oposição" também sabe disto, mas não lhe interessa. Na realidade o que está na raiz da sua posição não é um argumento económico mas sim uma posição ideológica de princípio contra a função pública em geral. A única coisa que estranho é que ainda haja funcionários públicos a votarem nessa gente. Mas o êxito das "50 Sombras de Grey" só veio revelar que há por aí muito mais potenciais masoquistas do que o que seria normal pensarmos.

 

 

JOTA ABSTÉMIA

por bolinando, em 25.12.16

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Ainda hesitei sobre pronunciar-me sobre matéria tão profunda como esta, mas acabei por decidir (também nisto) não me abster.

É conhecida a minha opinião sobre as Jotas e a sua irrelevância e vacuidade. E já o disse várias vezes que tanto buscam temas fracturantes que mais parecem o serviço de ortopedia do Hospital de S. José. Mas neste caso a escolha da JC revelou-se uma verdadeira "fractura exposta".  Já desde os idos de 1982 se sabia, pela boca do deputado Morgado, a posição do CDS sobre as relações sexuais, o truca-truca, como lhe chamou a saudosa Natália Correia. Coito, só para procriar, no dizer do Morgado. Como parece que o dito tinha dois rebentos, talvez se possa mesmo falar de biscoito do Morgado. 

Pois agora a JC quer fazer da doutrina Morgado uma das belas-artes e reclama que a abstinência sexual seja ensinada nas escolas, associada a matérias de saúde. 

Pois bem, por estranho que pareça até estou parcialmente de acordo com as luminárias que pariram (sem pecado) esta proposta. 

E isso porque considero que a abstinência de relações sexuais com um ou uma Jotinha Centrista é fundamental para a saúde mental de qualquer jovem. Imaginem os traumas causados numa jovem saudável uma relação sexual com um jovem muito provavelmente de nome próprio Salvador, com poupinha à mete-nojo e sapatinhos de vela a combinarem com o polo QuebraMar e que no meio da função não percebe que a jovem pretende mudar de posição, ele que de posições só conhece as da Cristas sobre questões agrícolas e que por isso fica excitadíssimo quando a parceira faz referência a tomates para logo entrar em depressão quando percebe que estavam a falar de coisas diferentes. 

Ou os traumas causados num jovem saudável quando inicia uma relação sexual com uma jovem centrista para quem o homem mais sexy é o Diogo Feio que ela considera lindo e o Nuno Crato que ela considera superinteressante, sê lá! E que descobre que a dita tem um cinto de castidade com uma fechadura patrocinada pelo BES e cuja chave está presa aos cilícios do pai da criatura.

Estes exemplos ilustram o facto de qualquer relação sexual com jotinhas centristas constituir uma verdadeira jornada nas "50 Sombras de Portas".

Por isso concordo com a proposta e acho mesmo que deveria ter efeitos retroativos e deveria ter sido aplicada aos progenitores dos proponentes de tão importante, actual e sustentada proposta. Ter-nos-ia poupado umas boas risadas e vários "Ai Balha-me Deus!"

O MEU MENINO É D'OIRO. SÓ???

por bolinando, em 25.12.16

Cada vez me sinto mais confuso em relação ao que comemoramos a 25 de Dezembro.Para os cristãos, julgo que deveríamos comemorar o nascimento de um menino, filho de Deus, nascido para os homens e sacrificado pelos homens. Nesse sentido a 25 de Dezembro comemoramos a data do nascimento, a chegada de um novo membro à família, uma família pobre e perseguida. Ainda segundo a tradição (e doutrina) cristã, alguns dias mais tarde esse Menino Deus foi visitado pelos Reis Magos que lhe trouxeram oferendas. Assim nasceu a  comemoração do Dia de Reis onde tradicionalmente se ofereceriam presentes às crianças. E só às crianças pois não consta que os Reis Magos levassem prendas para José e Maria ou quaisquer outros figurantes.

Foi essa a tradição que vigorou quase em exclusividade em Espanha até aos dias de hoje. O 25 de Dezembro é o dia da família, começado ou antecedido pela ida da família reunida à Missa do Galo. A tradição consiste num jantar ou ceia em família, em que a tónica é a reunião familiar em torno da mesa, transformada de certa forma num altar familiar. E nesta data as prendas estão  ausentes ou ocupam um lugar meramente marginal. É depois, no Dia de Reis, a 6 de Janeiro que se procede à oferta de prendas, simbolizando as dos Reis Magos. 

E, na minha modesta opinião, assim deveria ser.

Em Portugal há muito que deixou de o ser. A pressão consumista, aliada ao esquecimento (ou quase encobrimento) da tradição religiosa que está na raiz desta data, transformou os dias que antecedem o Natal e o próprio dia num frenesim de compras, numa espécie de "Black Friday" permanente em que os valores de solidariedade e amor subjacentes à mensagem original do Deus menino estão totalmente ausentes.

Que se lixem as crianças de Aleppo, tenho de ir ver aquela Playstation em promoção! Ao ver o menino emigrante afogado lembrei-me que era boa ideia comprar uma prancha de surf para o meu rosado rebento!

Enfim, o nosso menino deixa de ser de oiro na sua dimensão intrínseca e passa a ser de oiro como moeda de compra e venda.

Queixamo-nos de que vivemos uma crise. E nem percebemos que a pior crise que vivemos é a crise de valores. E não queremos ver que somos nós os principais responsáveis por essa crise. É que se à crise económica podemos atirar culpas à Lehman Brothers e afins, a crise de valores, essa, somos nós que a cavámos e alimentamos com os nossos comportamentos.

E o pior é que esta visão tacanha de uma sociedade em que o importante não é Ser mas sim Ter, continua a alastrar. E, por exemplo, em Espanha começam a surgir sinais de que a tradição pode estar a mudar, tal a pressão do consumismo desenfreado.

Em Portugal nem vale a pena falar. Desafio alguém a, nas iluminações de Natal de Lisboa (as que conheço), encontrar algum símbolo religioso que remetesse para a génese do dia e do que ele comemora.

Sinceramente acho que são sobretudo os que estão longe das famílias que ainda conseguem perceber a magia da data. Por exemplo, os militares em missão, ou os emigrantes. Esses o que desejam para o Natal é a reunião com os que lhes são queridos e as prendas que se lixem! Essa reunião é a maior prenda que podem receber. Na simplicidade de uma família que recebeu o novo membro num estábulo. Mas numa reunião em que as pessoas se amam e não por conveniências sociais. Nesta época, nos dias que correm, só a hipocrisia desbragada consegue ombrear com o consumismo desenfreado. 

E depois admirem-se de haver cada vez mais gente a não gostar da época, a pedir para hibernar por volta de dia 20 e só despertar lá para 7 de Janeiro!

 

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