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Blogaridades

À Bolina Pela Vida... Irónico contra os ventos surumbáticos, sério contra os ventos irresponsáveis, iconoclástico contra os ventos dogmáticos, e politicamente incorrecto sejam quais forem os ventos...

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À Bolina Pela Vida... Irónico contra os ventos surumbáticos, sério contra os ventos irresponsáveis, iconoclástico contra os ventos dogmáticos, e politicamente incorrecto sejam quais forem os ventos...

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Da série "O Diabo veste Passos", Primeira (e última) temporada, ep. 2

por bolinando, em 29.11.16

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POR QUE NO TE CALLAS?

por bolinando, em 29.11.16

Há responsáveis que não têm a noção do ridículo de certas intervenções que, independentemente da sua boa ou má-fé, chocam quem as ouve e envergonham quem as profere. Foi o caso das declarações prestadas ontem pelo Inspector-Geral do Trabalho a propósito do acidente de trabalho na rua Alexandre Herculano, em Lisboa, que vitimou dois operários . 

São declarações no mínimo infelizes, irrelevantes e desculpabilizantes.

Infelizes quando diz que "É extremamente preocupante que, no meio da cidade de Lisboa que é a capital de um país da União Europeia, morram duas pessoas a trabalhar". Quer isto dizer o quê? Que se fosse só uma era menos preocupante? Que se não fosse na cidade de Lisboa a importância seria menor? Que nas capitais dos países da União Europeia as mortes no trabalho têm um valor acrescido? Ele há coisas que, mesmo que se pensem, não se dizem! Muito menos pela boca de um responsável.

São irrelevantes quando diz que "“isto devia envergonhar-nos a todos". Em primeiro lugar a vergonha não salva ninguém. O que podia ter salvo estes homens era uma atitude pro-activa de prevenção. E não generalize! Envergonhe-se ele. O que queremos todos ouvir são consequências práticas. As proclamações morais são irrelevantes, sobretudo quando tardias.

Quem tem que se envergonhar é quem não ouve os múltiplos avisos e denúncias que tantos fazem e que caiem no saco roto de quem "trabalha para o número" e se escuda (e rejubila) com estatísticas mais ou menos marteladas.

Mas, talvez o mais grave, é o que as suas declarações têm de desculpabilizante. Os órgãos de comunicação relatam que rematou com a afirmação seguinte: "Isto não pode existir em países modernos com condições de segurança normais em estaleiros da construção civil". Se rematou, rematou mal e marcou um golo na própria baliza. É que é a instituição que ele dirige que tem como competência fiscalizar os estaleiros da construção. Se neste país moderno os estaleiros não têm condições de segurança normais (o que quer que isso queira dizer) é porque os serviços que dirige (e por maioria de razão o seu dirigente máximo) não estão a cumprir bem a sua missão. Porque, ao contrário do que pode dar a entender, a tragédia não resultou de nenhum capricho da natureza nem de nenhuma intervenção divina mas sim do incumprimento de regras de segurança, de actos e condições inseguras e da incapacidade da entidade fiscalizadora em detectar os incumprimentos, apesar de, como o próprio diz, o acidente ter ocorrido na capital de um país "moderno" da União Europeia, num estaleiro em plena via pública, numa das artérias mais movimentadas da cidade e a poucas centenas de metros da sede da ACT. 

O país pode ser moderno, mas as desculpas são antigas. 

E espero sinceramente que este trágico acontecimento não sirva apenas para este responsável pedir mais inspectores. Preocupe-se, isso sim, com a destruição que foi feita da área da prevenção, que deveria ser a prioridade, e com as formação, as orientações e prioridades, e as condições de trabalho que são dadas aos inspectores que já lá tem.

 chocado

 

 

DA SÉRIE "O DIABO VESTE PASSOS", ep.1

por bolinando, em 29.11.16

A fotonovela foi um género que teve grande expansão nos anos 50 e 60 do século passado. Em Portugal consumiam-se muitas, sobretudo de origem brasileira. 

Mas hoje também poderia ter algum êxito, tal a qualidade comediante de várias figuras e figurões da nossa praça.

Aqui vai o meu contributo.

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 sarcástico

 

AS PESSOAS SÃO ESTRANHAS

por bolinando, em 27.11.16

As pessoas são estranhas... Conheço várias que nos últimos anos foram fazer férias a Cuba, às praias, e vêm de lá apaixonadas, dizendo que é um destino óptimo para nós portugueses, que ganhamos pouco, porque é tudo muito barato até porque os cubanos, coitadinhos, vivem muito mal, com salários muito baixinhos. Claro que têm escola, pobrezinha mas gratuita, saúde, sem luxos mas eficaz, e cultura, barata e popular. E depois há os charutos, os "puros", que é pena serem tão caros. Mas não são feitos por esses trabalhadores que já ganham, tão mal? Sim, mas poderiam ganhar ainda um pouco menos para nós portugueses, que ganhamos pouco, podermos trazer de lá mais uns "puritos". Em suma, o mal de uns é o bem de outros, e "bendita ditadura" que nos (a eles) permitia fazer figura de ricos em país de pobres.

O que é mesmo estranho é ler agora os comentários de muitas dessas pessoas à morte do ditador: Malandro! Que a terra lhe seja pesada! Já vai tarde! Fez muito mal ao seu povo! A corrida a quem atira a primeira pedra deixa bem claro que estamos na Black Friday!

De repente as redes sociais pululam de anticastristas de gema (e clara), que até conhecem muito bem a situação em Cuba,"Sim, porque eu fui lá!" (de férias, esquecem-se de dizer), com a arrogância de quem visitou o Zoo  e se propõe fazer uma tese de doutoramento sobre biologia animal.

Tanto anticastrista junto ajuda a perceber o fracasso da invasão da Baía dos Porcos. Falhou, tal o engarrafamento de cacilheiros, catamarãs, gaivotas do lago do Campo Grande, iates da Uber e táxis moliceiros, submarinos do Portas e microfones do "Vómito da Manha" tudo a transportar ferozes anti-barbudos lusos, que impediram o acesso a terra. 

De facto as pessoas são estranhas. Tenho um pressentimento de que, daqui a uns anos vão estar a queixar-se de que já não podem fazer férias em Cuba porque está tudo "pela hora da morte" e só lhes resta o T0 dos primos na Caparica. E nessa altura é inevitável que soltem uma das frases preferidas desse tipo de portugueses: "Aquilo só lá ia com uma ditadura!

As pessoas são mesmo estranhas! Ou serei eu, que nunca fui a Cuba e que, talvez por isso, sou estranho?

 Estranho

Palavras, palavras, palavras...

por bolinando, em 27.11.16

 E nem nos damos conta de que, ao mudarmos as palavras mudamos as legendas e a trama do grande comic-book que é a nossa vida...

 pensativo

IGNORÂNCIA HISTÓRICA OU ÓDIO IDEOLÓGICO?

por bolinando, em 27.11.16

As reacções ao anúncio da morte de Fidel Castro vieram provar que a muita gente não fazia mal nenhum lerem qualquer coisinha sobre História e não apenas o jornal desportivo, as Selecções do Reader's, a primeira página do "Vómito da Manha" e os papéis das multas da EMEL. Para clarificar desde já as coisas devo dizer que partilho da opinião de que Fidel SE TORNOU um ditador. Mas compará-lo, como já li em várias publicações, a Pinochet, só denota uma enorme ignorância, ou um ódio ideológico cego. Detesto ambas as opções, mas sempre digo que a ignorância pode ser eliminada através do estudo e da leitura, enquanto o ódio costuma acompanhar os seus portadores até à morte.

Vejamos os factos. 

Pinochet subiu ao poder através de um golpe militar que derrubou um governo democraticamente eleito, não hesitando sequer em assassinar o presidente Allende. Fidel conquistou o poder derrubando outro ditador, Fulgencio Batista que tinha também ele dado um golpe militar que derrubou o Presidente democratica e livremente eleito, Carlos Prio.

Logo aqui há uma diferença abissal.

Mas o que se passou depois é mais importante ainda. O deposto presidente Batista, que não só não foi assassinado, como fugiu do país com todo o dinheiro e outras riquezas que conseguiu transportar, tendo encontrado asilo em Portugal, oferecido pelo seu amigo Salazar, (diz-me com quem andas...) esse Batista era, até ser deposto, o homem de mão das companhias açucareiras norte-americanas, e da indústria turística e do jogo (legal e clandestino) norte-americano, com a Máfia à cabeça, a qual, já agora, também dirigia o lucrativo negócio da prostituição. Ora os americanos não admitiam perder aquele oásis de lucro, mais a mais ali no seu "quintal" e que ainda por cima pregava ideias que poderiam contagiar outras "Repúblicas das Bananas". 

Entretanto o novo regime cubano lutava por dar de comer a um dos povos mais pobres do mundo, uma espécie de Haiti da época. 

O copo dos americanos transbordou quando o regime cubano nacionalizou a banca, os bancos, sempre os bancos, os Donos Daquilo Tudo!)  maioritariamente na mão imaginem de quem? Pois, dos americanos, os quais congelaram todas as contas bancárias cubanas em bancos americanos, cortaram as relações diplomáticas com a ilha e proibiram o comércio desta com empresas americanas. É nessa altura que se dá o verdadeiro fortalecimento das relações de Cuba com a então União Soviética (a quem, diga-se de passagem, dava muito jeito ter aquele "furúnculo no cu" dos americanos. Foi a URSS que forneceu cereais e combustível a Cuba. No corolário desse estreitar de relações vem a crise dos misseis, que todos conhecem e no seguimento da qual os americanos impuseram o bloqueio à ilha também a todos os países aliados dos EUA, tornando-a dependente a quase 100% do comércio e apoios dos países da esfera soviética..

Já agora importa dizer que os "democratas" americanos ainda tentaram uma invasão da ilha, levada a cabo por refugiados cubanos, agentes dos serviços secretos americanos e elementos dessa benemérita e democrática organização que dá pelo nome de Máfia. Foi o episódio da "Baía dos Porcos".

Para além disso o governo americano já admitiu ter patrocinado pelo menos 7 tentativas "democráticas" de assassinato de Fidel. 

Daí que penso ser legítimo tirar várias conclusões como sejam:

Foram os EUA e o seu famigerado bloqueio que, numa primeira fase atiraram Fidel e a revolução cubana para os braços da União Soviética e, numa segunda fase, lhe forneceram os argumentos para justificar os sucessivos falhanços económicos e sociais da revolução;

Com todos os erros, desvios e perversidades, basta comparar os índices de instrução, acesso à saúde e cultura deixados pelo ditador Batista com os deixados pelo ditador Fidel para perceber que houve diferenças... e grandes.

Em suma, Fidel tornou-se, de facto, um ditador numa primeira fase por necessidade de salvar a revolução cubana e as suas conquistas mas... tomou-lhe o gosto pois todos sabemos que o poder, sobretudo o absoluto, corrompe.

 didáctico

...

por bolinando, em 27.11.16

 O nosso presidente foi o último estadista do mundo a ser recebido por Fidel que apenas sobreviveu um mês a esta visita. Será que Marcelo aceita a sugestão de uma lista de dirigentes mundiais que elaborei para ele visitar durante o seu mandato? A Rainha de Inglaterra já anda preocupada... 

 sarcástico

Preto e Branco - no reino dos cinzentos...

por bolinando, em 27.11.16

 

 

Preto e branco... o Yin e o Yang... o Mal e o Bem, o Alfa e o Ómega... mas há tantas letras entre elas! Onde muitos só conseguem ver o alto contraste, os extremos, o imediatamente visível, outros há que vão mais longe, à essência e querem perceber a enorme gama de cinzentos que os extremos escondem. Uma tarefa difícil e longa e que deve ser empreendida em oficinas próprias e com mestres adequados. E no fim, quem continuar a só ver o preto e o branco, falhou na viagem, andou em círculos e não subiu os degraus do conhecimento.

 

 

 

 

...

por bolinando, em 27.11.16

 Com a morte de Fidel encerra-se uma época na História. Outra começará, e não forçosamente melhor. E eu comecei o meu novo blog, por mera coincidência, se é que tal coisa existe.

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