À Bolina Pela Vida...
Irónico contra os ventos surumbáticos, sério contra os ventos irresponsáveis, iconoclástico contra os ventos dogmáticos, e politicamente incorrecto sejam quais forem os ventos...
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O bebé da vizinha não o deixa dormir? O seu gatinho está preso numa árvore? A sua avó faz 100 anos mas não se lembra do lar onde a deixou? Sofre de disfunção eréctil? O seu míssil intercontinental não funciona? Não consegue bater claras em castelo? Gosta de ouvir a Marvi? Sente saudades do Bruno de Carvalho?
Não desespere! Dispa esse colete amarelo e ligue para a linha dos Afectos, uma linha de valor acrescentado já que o professor acrescenta valor a tudo em que se mete!
E se telefonar já, recebe ainda uma maravilhosa embalagem quase nova de Calcitrim aberta pelo Júlio Isidro e um bilhete para o concerto de António Carreira 15E da Carris.
Atendemos chamadas especiais de grupo para casamentos, baptizados e congressos partidários.
Em 20 de Maio de 1936, em Braga, Salazar proferia um discurso onde alinhava os valores que iriam nortear o sinistro regime que governou e atrasou Portugal durante meio século. Eram estes os 5 pilares do obscurantismo salazarista:
“Não discutimos Deus e a virtude; não discutimos a Pátria e sua História; não discutimos a autoridade e o seu prestígio; não discutimos a família e a sua moral; não discutimos a glória do trabalho e o seu dever”.
A estes parece que há quem queira juntar um sexto: Não se discute o clube e o seu Presidente.
Lamento que assim seja. Sempre achei que todos esses valores eram, pelo menos, discutíveis. O mais recente ainda mais.
Todos sabemos que as razões que presidem, no essencial, à opção que tomamos, regra geral em tenra idade, de apoiar este ou aquele clube, são essencialmente circunstanciais e não racionais. Mas isso não obriga a que tenhamos de ser, nós próprios, irracionais.
A opção, é sempre respeitável e recuso-me a encarar todos aqueles que não pensam da mesma forma que eu, sobretudo em termos clubísticos, como mais que simples adversários desportivos.
Vem isto a propósito de alguns comentários mais ou menos desbragados, motivados por um post que recentemente coloquei no MEU Facebook sobre a recente derrota do meu Sporting frente ao Estoril e às mais recentes diatribes do labrego malcriado que preside ao clube.
Acho que é um direito que me assiste.
Mais que andar a apregoar-me como livre-pensador prefiro considerar-me alguém que pensa e que é livre. E que faz da liberdade um exercício diário, sobretudo mental e não apenas um acto sazonal de colocar papéis numa urna.
Ao contrário de outros não me arrogo o direito de diagnosticar as doenças da democracia, até porque não sou médico democratologista. Mas sei que um dos sinais de saúde da democracia é o direito de opinião, não apenas das maiorias mas (e sobretudo) das minorias, não só a terem esse direito mas a poderem expô-la livremente. E claro, sem referências a “correctivos” e outras formas de coacção.
E sobre maiorias muito haveria a dizer. Hitler acabou por ser eleito e não é isso que fez dele um modelo de virtudes. Muito recentemente os americanos (ok, com uma ajudinha dos russos) elegeram Trump para presidente e não é isso que faz dele “flor que se cheire”. E então quando falamos de “turbas” as coisas ainda pioram. Ceausescu 3 dias antes de ser apeado do poder e fuzilado, tinha sido vitoriado por centenas de milhar de romenos e entre os que o fuzilaram estariam por certo alguns dos que o tinham vitoriado. Alguém me explicou como se calcula o coeficiente de inteligência da turba: pega-se no coeficiente de inteligência do membro mais desprovido da dita e divide-se pelo número de elementos da turba. Esse é o coeficiente de inteligência da turba!
Desiludam-se os que pensam que vou deixar de considerar Bruno de Carvalho um perigoso caudillo populista, labrego e mal-educado, golpista e outras coisas mais, mas todas más. Ou que vou deixar de considerar Jorge Jesus um treinador fraco, medroso e com um umbigo do tamanho do mundo, para além de igualmente mal-educado. E não é o ter ganho uma Taça da Liga (até há bem pouco tempo considerada por muitos dos que agora a enaltecem, como a Taça das Barracas, das Caricas, etc), que muda o que quer que seja da minha opinião. Eu não quero só o Sporting a ganhar. Quero o Sporting a ganhar, a jogar bem, a dar espectáculo dentro do campo, a respeitar os adversários e a ser o que foi desde a sua criação: um clube diferente e que encha de orgulho os seus adeptos.
Mas para alguns nada disso importa.
Se as notícias não são boas fazem como Dario III, o Rei Persa que mandava matar os mensageiros que as traziam.
O Sporting perdeu vergonhosamente com o Estoril e hipotecou quiçá o título (por causa do vento, claro) e quem é posto em causa não é a luminária do Jesus mas sim aqueles que como eu questionam o que anda a fazer para o salário milionário que ganha!
Não sei a que se referem quando falam do “croquete”. Não gosto particularmente. Mas também não tenho de me rebaixar ao nível da “ sandes de córatos, da bifana com muita molhenga, com uma mine morna e rebatida com um café com cheirinho”.
Os nossos adversários mais directos já passaram pelo mesmo. No Porto os sócios endeusaram o Presidente, não se preocuparam com as vozes que avisavam para o mau caminho que se trilhava e apanharam com um "Apito Dourado", No Benfica também se endeusou Vale e Azevedo e vejam no que deu. Ainda agora não me admiraria que Luis Filipe Vieira arrastasse o Benfica para um atoleiro de onde muito dificilmente sairá..
Não quero que aconteça o mesmo ao meu Sporting.
E por isso vou continuar a dizer e escrever o que penso. Não até o Jorge Jesus ganhar um campeonato para o Sporting, pois já não sou novo e não tenho saúde e anos que me restem para tal, mas pelo menos até o Camarada Presidente Bruno Chavez tomar o poder, me expulsar de adepto e me enviar para o Gulag onde terei de recitar horas a fio o mantra “Bruno é Grande e Jesus é o seu Profeta!”
Até lá continuarei a escrever no meu Fabebook, se não se importam, e quem não gostar deixe à beira do prato e desculpem qualquer coisinha!
Faz hoje um ano a humanidade perdeu Leonard Cohen. Morreu o Mestre, o Poeta, o Cantor, o Homem. Mas não morreu o que ele cantou, nomeadamente o amor. Por certo que no mesmo dia em que Leonard morreu amores houve que nasceram. E que viverão muito para lá do Homem. Hellelujah Leo!
O diagnóstico parece inevitável. Depois de lançar acusações sobre tudo e todos no que diz respeito aos incêndios, esquecendo que foi ela que liberalizou a plantação de eucaliptos (espécie que segundo ela estava a ser descriminada), agora vem acusar a Câmara de Lisboa de não proteger as lojas históricas, esquecendo-se de que foi ela que, em 2012, aprovou a Lei das Rendas que tantos despejos provocou em lojas históricas. E muitos mais "lapsos" de memória tem sofrido esta senhora desde que deixou de ser governante e passou a governanta da oposição.
Está visto que, com tantas pausas na memória, Assunção Cristas só pode ter entrado na Memopausa!
Hoje, num tempo de tanta falsidade, de tanto desamor, de tanto cinismo e hipocrisia, apeteceu-me deixar aqui uma das canções mais bonitas (para mim, claro) que até hoje se escreveram na língua portuguesa.
Poucas conseguem descrever o amor com tanta força, com tanta intensidade da "passagem para o breve, breve instante da loucura", com tanto desprezo "pelo que pensa e sente a gente certa", com a coragem "de uma espada de dois gumes, tudo ou nada"!
É isto o amor. E não adianta enganarmo-nos... Julgamos que um pouquinho é melhor que nada e um dia descobrimos que o pouquinho é apenas... nada. O amor ou é "tudo", ou não é nada.
O amor ou é um cavalo à solta ou não passa de uma mula manhosa.
Começa a não haver pachorra! Mais uma vez temos o pássaro na mão e deixamo-lo fugir. Tudo por causa de um treinador cobarde, sem ambição e que apenas sabe ser arrogante nas respostas aos jornalistas. Jesus já tinha provado no Benfica que não tem estofo para as competições internacionais. Mas como era no nosso rival a gente até achava graça.Só que agora vem fazer a mesmíssima coisa para o Sporting. E até a sorte desperdiça. Começou a perceber-se o epílogo anunciado quando o génio da pastilha elástica tirou o jogador mais desequilibrador, o Gelson, claro, para meter... o Palhinha como terceiro central. Ou seja, demonstrando à Juve que daí para a frente era só defender. E como o meio-campo continuava a não ganhar bolas (com o dinheiro de tantas vendas não será possível comprar um despertador para o William Carvalho?) passámos a ser sufocados pela "Velha Senhora". E mais uma vez a estratégia do "génio com mau génio" resultou no mesmo. Perdemos! Este ano a maior parte dos últimos 10 minutos dos nossos jogos são de sufoco, com o coração na boca. Cá atrás, em bloco, tudo a defender e pontapé para a frente para manter a bola longe. E a quantidade de vezes em que hipotecámos o resultado nesses últimos momentos é gritante! O Sporting precisa de um treinador que seja arrogante, agressivo e ofensivo no jogo e cordial, pedagógico e civilizado na relação com os média. Saiu-nos o oposto. E que ainda por cima quando ganha o mérito é dele e quando perde é sempre por culpa de um jogador ou de um sector, ou do árbitro, ou do pastel de bacalhau que comeu ao pequeno-almoço. Não sei a quem atribuiu a culpa da derrota de hoje porque, confesso, não quis ouvi-lo na conferência de imprensa, tal a raiva com que lhe estou. E porque adivinho o que teria para dizer nas pequenas combinações possíveis das 70 ou 80 palavras que conhece.
O Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de Julho de 2013, também conhecido por "Lei do Eucalipto Livre" é uma peça chave para se perceber o estado de desordenamento a que chegou a nossa floresta e as facilidades concedidas a pirómanos e "outros incendiários". Merece ser lido com atenção. Esta peça legislativa veio liberalizar a plantação de eucaliptos ao mesmo tempo que dificultava a de espécies autóctones como o carvalho ou o sobreiro, segundo os seus autores para deixar de descriminar o eucalipto em relação a outras espécies.
Só me apetece dizer o seguinte: Certos políticos enojam-me não apenas pela falta de escrúpulos que demonstram e por serem mentirosos compulsivos, mas pela despudorada forma como se alimentam das tragédias, no maior dos desprezos pela dor alheia, alternando entre o voo de abutre sobre o local do drama e o papel de carpideira exaltada quando surgem as TVs. Se Ministro há que mereça ser demitido é quem promulgou este Decreto-Lei. E quem foi? Constança Urbano de Sousa? Claro que não. Chama-se Assunção Cristas e na altura era Ministra do Mar (administraria os submarinos do Paulinho?) da Agricultura e de Mais um Porradão de Coisas. A mesma que agora exige "responsabilidades políticas" pelos incêndios. Concordo! Demita-se também ela de líder do CDS, desampare-nos a loja e tenha vergonha na cara! E deixe de tentar capitalizar votos através de uma tragédia da qual é tão responsável como aqueles a quem acusa.
Obrigado à vida que me deu tanto. E que me permitiu também tanto dar.
E como seria bom que reconhecêssemos o que temos em vez de estarmos a pedir sempre mais e mais.
E se calhar é por aí que o mundo se divide. De um lado uma minoria que agradece o que tem; do outro uma maioria (espero estar a ser injusto nas contas) que vive da ambição de ter mais e mais, que pisa os outros, que os despreza, para quem o objectivo de vida é um estatuto social elevado, dinheiro para ostentar e se arrogar. No fundo para viver uma vida de "quer mas não pode", em suma, uma vidinha.
Eu dou graças à vida porque me deu um coração para amar. Uma consciência para pensar. "Tripas" para ousar, para ter coragem. Olhos para ver a beleza nas pequenas coisas. E para perceber que por muito belo que seja um quadro de borboletas, as borboletas verdadeiras serão sempre muito mais belas. Porque são reais.
Por isso sei que a minha realidade será sempre muito mais bonita que a ficção de vida de muitos outros, por mais aparentemente glamourosa que seja.
E há mais por aí quem também dê graças à vida. Acredito que nunca estarei só nesta oração em forma de agradecimento.
Finalmente chegou a chuva. Vem tarde para evitar a tragédia de um país a arder. Mas é sempre bem vinda. Que afogue todos os oportunistas que com o maior descaramento e falta de pudor fazem chicana política à custa da desgraça de quem perdeu familiares e todos os bens de uma vida. Que arraste a porcaria e a miséria humana de quem se comporta sem um mínimo de decência, nem moral, nem valores. Porque nem uma tromba de água poderia lavar a consciência de quem não a tem, ou os valores e moral de quem nunca os teve.
Como é triste ver o pinhal de Leiria, velhinho de 700 anos, 80% queimado! E não se perfila nenhum D. Dinis para o reflorestar. Mas ao menos que surja um Marquês de Pombal qualquer que, como este fez aproveitando a destruição de Lisboa pelo sismo de 1755, promova uma efectiva reforma do ordenamento florestal do nosso país. Foi isso que nenhum governo teve até hoje a coragem de fazer e é isso que se exige deste governo (apesar de curiosamente a oposição e muitos jornaleiros acharem que a prioridade é demitir Ministros. Como se isso resolvesse o que quer que fosse!)
Espera-se também que a chuva possa repor os lençóis freáticos e aliviar a situação de seca extrema em que estamos a cair.
Pela minha parte deixo aqui um tema velhinho, do José Feliciano, que tantas ouvi com a chuva a cair, durante a minha infância. Considero-o ainda muito actual.
Leonard Cohen é mais que uma mera referência musical para mim. Com o tempo foi-se tornando uma referência geracional, moral, afectiva. Poucos poderão dizer que nunca ouviram Leonard Cohen. Mas menos ainda poderão dizer que conhecem a fundo a obra deste génio. E é pena que os meios de comunicação apenas tenham divulgado (às vezes à exaustão) os seus temas mais conhecidos. Porque entre os outros, os menos passados na rádio, perdidos nas faixas intermédias dos velhos discos em vinil, ou apenas disponíveis em gravações pirata, escondem-se preciosidades como este "Leaving the Table".
E nesses temas, tão intimistas como os outros, mas dirigidos talvez a situações mais específicas, Cohen, mais que referência, torna-se uma inspiração. Todos nós, muito provavelmente, já alguma vez na vida decidimos "abandonar o jogo". E não consigo imaginar maneira mais elevada, mais digna e mais triunfante do que a de Cohen neste "Leaving the Table".